segunda-feira, 18 de abril de 2011

Crise

Está terrível, esta complicado 
Está triste, esta insuportável.
Eu preciso parar, e eu pararei
Eu preciso conseguir e eu conseguirei
                   
As lágrimas correm ao rosto
                [ à cada palavra ouvida
Ainda bem que você não pode ver minha expressão agora
A decepção aumenta, desligo radicalmente então,
Antes que qualquer coisa possa ser concluída
Paro

A respiração aumenta, as coisas e palavras relembradas
vão ficando cada vez mais repetitivas e obscuras
Agarro imediatamente o meu travesseiro
Então tombo, caio, despenco.
A dor parece aumentar, me derramo.

Está entalado em minha garganta
Os dentes fixados ao pano, o mordem 
 Esta confuso, eu quero a luz
Ta tudo escuro, preciso parar, mas a dor só aumenta
Esta me sufocando, perco o controle

Liberto o grito, lento e intenso
o primeiro de muitos seguido de lágrimas e lamentações
que só afirmam o meu deplorável estado de mártir
Ao redor começo a perceber olhares de desespero
                                                                [e de consolo
Que não me servem de muita utilidade, na verdade
No entanto, tento voltar à sobriedade.

Não aguento mais, falta-me o ar, 
os olhos já duros, ardem.
os braços, agora com sangue, arranhados e machucados
                                                             [começam a arder
Os pés formigam. 
Grito mais uma vez, a minha dor não é essa.
Quero me libertar, quero parar, a dor é tamanha,
Abro os olhos, enxugo as lágrimas.
enfim cansei. Apaguei.

[ Crise - Taynah Müller

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